Os profissionais
selecionados na primeira etapa do programa Mais Médicos, pelo Governo
Federal, para atuar em Manaus começam a atender a população nesta
quarta-feira (11). Antes de iniciar os trabalhos nas Unidades Básicas de
Saúde da família da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), os 22
pioneiros participaram de curso de capacitação e se apresentaram nos
distritos de saúde.
Para o secretário Municipal de Saúde, Evandro Melo, o Mais Médicos tem como principal desafio
atender à grande demanda existente no SUS no que se refere ao quadro de
recursos humanos. A necessidade é principalmente para executar as ações
da Atenção Primária, que podem resolver até 80% dos problemas de saúde
da população.
“Quase três milhões de pessoas no Amazonas dependem exclusivamente do
SUS, 1,5 milhão somente em Manaus”, enumerou Evandro. “Para atender
todas essas pessoas, é essencial a presença de médicos que tenham
interesse em atuar nos municípios de mais difícil acesso ou, no caso de
Manaus, nas áreas periféricas, tanto na zona rural quanto na urbana”,
afirmou Evandro Melo.
Nesta terça (10), o diretor do Departamento de Atenção Primária da
Semsa, Nilson Anda, apresentou o novo modelo de ordenamento deste setor
da saúde para os novos profissionais.
“Esse novo modelo vai alinhar o sistema. Os profissionais trabalharão 40
horas semanais garantindo uma média de 220 acolhimentos diários. Cerca
de quatro mil atendimentos a mais por mês. A nossa expectativa é
melhorar a qualidade
de atendimento e garantir o acesso aos serviços básicos de saúde”,
avaliou o diretor, que acompanhou os dois dias do curso preparatório.
Nilson destacou ainda que os médicos contratados pelo programa,
têm uma carga horária diferente dos médicos contratados por concurso
público, que serão chamados a partir do momento em que forem sendo
abertas novas vagas.
“Temos aproximadamente 80 médicos na lista de espera que cumprirão
jornada de 20 horas de trabalho. Diferente dos médicos do programa que
cumprem 40 horas”, finalizou.
Durante o curso preparatório também foi anunciado que os médicos
passarão por uma especialização em Atenção Primária em uma universidade
de Manaus que será selecionada pelo Ministério da Saúde.
Onde trabalharão os novos contratados
Zona Leste: Unidades Básicas de Saúde de número 1; 9; 28; 29; 30; 36 e
141 (Módulo Josephina de Melo); Zona Norte: UBSs de número 6; 11; 20;
38; 54 e 55; Zona Oeste: UBS de número 1; 05; 13; 30; 37 e 46; Zona
Rural: UBS da comunidade Nossa Senhora do Livramento;
Interior do Estado: As UBS dos municípios que se inscreveram no Mais Médicos receberão profissionais a partir da próxima semana.
Início ‘light’
Neste primeiro dia os médicos estarão visitando as unidades básicas e
reunindo as equipes, que são formadas por enfermeiros, técnicos em
enfermagem e agentes comunitários.
Novo habitat
A equipe vai traçar estratégias para alcançar as metas do município e
aproximar a população. O diretor do Departamento de Atenção Primária,
Nilson Anda, acredita que as equipes poderão fazer uma caminhada nos
bairros e um reconhecimento das pessoas.
É com eles...
“A partir de agora os médicos traçarão suas estratégias para realizar o
melhor atendimento, talvez pela parte da tarde a comunidade já comece a
ser atendida”, avaliou Nilson Anda.
Expectativa e criatividade
Dos 22 médicos selecionados nessa primeira fase do programa Mais
Médicos, apenas dois não são de Manaus. Um é oriundo do Pará e a outra é
do Distrito Federal.
A médica Naina Pereira Queiroz, 27, é a única representante de fora da
região Norte e destaca quais serão os principais pontos em que pretende
focar o trabalho dela. “A epidemiologia daqui é bem diferente. Por
exemplo a hanseníase e a tuberculose, aqui se apresentam em números
maiores. Temos aqui a malária e as doenças tropicais que no Distrito
Federal não vemos com frequência, mas vou me atualizar e buscar mais
conhecimento sobre isso”, destacou.
A médica, que se formou no mês de junho deste ano, conta que a
estratégia de saúde de Manaus é semelhante a desenvolvida na capital
Federal, apenas a estrutura física é diferenciada. “Aqui as unidades
chamadas de casinhas, são pequenas, não oferecem tantas salas ou espaços
para desenvolvermos alguma atividade, mas eu pretendo usar a
criatividade para motivar a população, sobretudo fornecendo informações,
a não ir às unidades apenas quando estiverem doentes. Nós vamos
trabalhar com a prevenção”, planeja Naina.
Para ela a população que mora nas periferias é carente não só de saúde,
mas de motivação para cuidar da saúde e evitar as doenças. “Estou muito
motivada e com muita disposição para cuidar das pessoas e dar o melhor
pela saúde pública”, finalizou.
O Mais Médicos é um programa criado pelo Governo Federal para garantir a
presença dos profissionais nas periferias das grandes cidades e nos
municípios distantes do interior.
Acrítica
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