Os paraibanos que precisam realizar curtos trajetos de João Pessoa
e Campina Grande para cidades como Recife e Natal certamente vão
enfrentar problemas. Isso porque as companhias aéreas que operam no
Estado estão mudando o planejamento dos voos devido à crise enfrentada
pelo mercado da aviação comercial, que vem gerando cancelamento de rotas
na Paraíba.
O Aeroporto Internacional Castro Pinto, localizado na Região
Metropolitana de João Pessoa, há mais de cinco meses não tem voos
diretos para a cidade
do Recife. O passageiro que deseja chegar de forma rápida na capital
pernambucana certamente ficará frustrado, já que as opções aéreas se
tornaram inviáveis.
Pela companhia TAM, por exemplo, é necessário fazer escala no Aeroporto
Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, ou Aeroporto Internacional
de Guarulhos, localizado em São Paulo.
EM BAIXA
Nos sete primeiros meses deste ano, o Aeroporto Castro Pinto registrou, entre embarques e desembarques, 724.095 passageiros, uma queda de 1,87%, comparado com o mesmo período do ano passado, quando foram registrados 737.947 passageiros.
“O cancelamento das rotas é decidido pelas empresas
aéreas. Em João Pessoa tivemos queda menor que 2%, não consideramos
nada alarmante, pois é um reflexo do país inteiro. A alta do dólar, as
empresas aéreas em crise e a alta do combustível faz com que as empresas
retirem voos de todo Brasil e na Paraíba não seria diferente”, disse
Alexandre Oliveira.
A diminuição de passageiros é maior no Aeroporto Presidente João
Suassuna, localizado na cidade de Campina Grande. Enquanto nos primeiros
sete meses de 2012 foram registrados 75.191 passageiros (embarcados
39.180 e desembarcados 36.011), em 2013 o volume de passageiros foi de
72.191 (embarcados 37.302 e desembarcados 34.889), a queda foi de 3,9%.
Neste cenário, quem se dá bem é o Aeroporto Internacional dos
Guararapes, no Recife, que acaba absorvendo os passageiros paraibanos. O
aeroporto, ao contrário do que acontece na Paraíba, teve alta no volume
de passageiros, quando comparado o acumulado dos sete primeiros meses
de 2012 e 2013. Ano passado, o Guararapes teve 3.672.156 voos nacionais e
118.933 internacionais, contando embarques e desembarques.
No mesmo período deste ano, o aumento foi de 3,01%, com 3,762.124 voos nacionais e 143.074 para o exterior.
VOO INTERNACIONAL
Apesar do nome indicar que o Castro Pinto recebe e envia paraibanos para
outros países, na prática a realidade é diferente, segundo informou o
superintendente do aeroporto, Alexandre Oliveira. “Nós não temos voos
internacionais saindo de João Pessoa. Existe a perspectiva para que
tenhamos, mas não temos a previsão de quando”, disse.
PROCON ALERTA PARA CANCELAMENTOS
Ainda mais alarmante é quando o consumidor contrata determinado serviço e
recebe outro das companhias aéreas. Algumas empresas, não conseguindo
preencher o número de passageiros nas aeronaves, estão obrigando o
cliente a fazer o translado de táxi, sobretudo nas cidades com trajeto
curto. Caso isto ocorra, o consumidor deve ficar atento aos seus
direitos.
De acordo com o secretário-executivo do Procon da Paraíba, Marcos
Santos, essa prática fere os direitos do consumidor. “As empresas têm
que cumprir com o contratado, ou seja, fornecer a viagem de avião
independente do número de passageiros. Isso só pode ser diferente quando
ocorrer inconveniência de ordem maior, como o campo de pouso estar
inacessível ou a pista de voo não poder receber decolagem”, disse.
A substituição do translado do avião pelo táxi ou qualquer outro meio de
locomoção só pode ser realizada caso haja acordo entre empresa e
consumidor, explicou Marcos Santos. “Se for algo acertado com o
passageiro, tudo bem. Mas se for imposição da empresa, o passageiro pode
fazer a reclamação e efetivamente a empresa será notificada”. O
consumidor deve procurar o Procon do Estado onde ocorreu o problema.
JP Online
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